Wlamir Marques, ídolo do basquete, morre aos 87 anos

Dono da camisa 5 da seleção nos anos 50 a 60, ele foi um dos protagonistas do bicampeonato mundial do Brasil em 1959 e 1963. Ex-atleta passou a dar nome ao ginásio do Corinthians em 2016

Um dos maiores nomes do basquete mundial, o brasileiro Wlamir Marques morreu nesta terça-feira, aos 87 anos. Ele estava internado no Hospital Santa Magiore, em São Paulo. A causa da morte ainda foi divulgada. O “Diabo Loiro”, dono da camisa cinco da seleção, foi um dos protagonistas da equipe que conquistou o bicampeonato mundial da modalidade em 1959 e 1963, além duas medalhas de bronze, nas Olimpíadas de Roma 1960 e Tóquio 1964.

Wlamir era considerado um jogador completo, tanto que atuou em todas as posições: dentro da quadra: pivô, ala e armador. Ele também combinou seu talento a uma técnica que o tornou um atleta versátil dotado de uma velocidade acima da média.

Sua última aparição pública havia sido em fevereiro de 2024. Na ocasião, ele foi homenageado com uma miniatura realista sua. A obra foi apresentada antes de Brasil x Paraguai, pelas Eliminatórias da AmeriCup 2025. A partida foi no ginásio do Corinthians, batizado justamente de Wlamir Marques a partir de 2016.

Um muro por obstáculo

Wlamir nasceu em São Vicente, São Paulo, no dia 16 de julho de 1937 e antes de se dedicar ao basquete, praticou vários esportes, como natação e atletismo. Mas aos dez anos, ao pular o muro do clube de sua cidade, o Tumiaru, e iniciou sua trajetória rumo às cestas de todo o mundo.

– Minha família tinha se mudado pra uma rua aqui perto do Tumiaru. E ali tinha uma quadra que sempre vivia uma mulecada jogando bola. Pulei o muro, vi que eles brincavam com uma bolinha de tênis, eles me chamaram e ali que começou o basquete pra mim. Por coincidência na minha carreira só vesti camisas alvinegras, verde e amarelo só na Seleção – contou Wlamir.

No clube de São Vicente, Wlamir permaneceu até os 16 anos, quando se transferiu para o XV de Piracicaba e conquistou seus primeiros títulos por clubes: os campeonatos paulistas de 1957 e 1960. Já campeão mundial de basquete pela seleção brasileira, aos 25 anos ele é contratado para defender o Corinthians.

No Corinthians, Wlamir permaneceu por dez anos e colecionou títulos. Foi por oito vezes campeão paulista de basquete com a camisa do Timão.

A identificação de Wlamir Marques com o Coriinthians foi tanta que, em 2016, o Ginásio Poliesportivo Parque São Jorge, no Tatuapé, foi batizado com o seu nome, a exemplo do que fizera o Tumiaru com a sua instalações esportiva, no ano anterior.

Em 8 de março de 2018, o Corinthians voltou a homenagear Wlamir Marques, ao aposentar a sua camisa, de número cinco. Na ocasião, a homenagem foi realizada na própria quadra que leva o nome do ídolo do basquete.

– Da minha parte me faltam palavras para agradecer as tantas homenagens, realmente sou um cara escolhido por Deus, ali naquele ginásio meu peito pulsa amor e felicidade. Sinto que ali ainda sou alguém. Infelizmente para os futuros atletas, aquela camisa de número 5 foi eternizada, ninguém mais poderá vesti-la, a última me foi ofertada – festejou Wlamir, ao ser homenageado pelo Corinthians

O último clube de Wlamir foi o Tênis Clube de Campinas, onde atuou em 1974. Na época de Wlamir, como o esporte não era profissional, foi preciso conciliar a carreira no basquete com um emprego nos Correios. Apesar das dificuldades e ainda como atleta em atividade, aos 30 anos ele se formou na faculdade de Educação Física.

Retirado do Globoesporte.com

 Foto: Rômulo Simões/COB

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