Vitória sobre o Prudente foi a mais doce desse brasileiro.

Que o Flamengo é 100% perrengue ninguém discute, isso tá escrito em letras miúdas, lá no fim do contrato que assinamos quando fechamos com o certo. Mas não é todo mundo que veste uma camisa vermelha e preta e sai por aí dizendo que é Flamengo que tem coração pra aguentar a pressão de um joguinho como o de ontem. O Mengão, mais uma vez, forçou a resistência dos nossos músculos cardíacos até o limite do infarto. É por isso que além de ser a torcida que mais nasce, somos provavelmente a que mais morre também.
Vejam como são as coisas, o Mengão estava conseguindo a proeza de estar perdendo para o pior time do campeonato jogando com um a mais. A tragédia se desenhava, mas a torcida do Mengão em Presidente Prudente deu show. Cantando sem parar, mesmo na hora em que a boa educação esportiva mandava apedrejar nossa leniente mulambada. Pra vocês verem a que ponto chegamos nessa busca pelas emoções, tomamos um gol de cabeça de um anão.
Silas continua montando um time horroroso que nem a cara dele. Sem qualquer esquema tático, num vamo lá porra da pior qualidade que costuma não levar a lugar algum. E o preparo físico da galera continua preocupante. Não sei como esses caras vão aguentar o próximo baile funk, porque novamente aos 30 do primeiro tempo tava todo mundo pregado e pedindo Gatorade.
Quem salvou foi o moleque Diego Maurício, que não deve estar lendo jornal e nem vendo televisão. Porque o moleque entrou em campo como se o Flamengo ainda fosse o campeão brasileiro.

Mas agora eu quero saber o que é que o Silas vai dizer em casa quando os filhos dele perguntarem – Pai, como é que você deixa o Maldonado no banco e o Correia em campo? Silas vai ter que mandar os moleques calarem a boca e irem pro quarto sem jantar, porque ele não tem resposta pra essa pergunta, maluco. Nem ele e nem ninguém, pois o chileno é tão melhor que os outros que a sua não escalação pode ser considerada, sem qualquer exagero, como sabotagem.
Mas hoje não é dia pra confrontar nosso treinador e suas ideias de jerico. Hoje é dia de inflar o peito, erguer a cabeça e tirar a velha onda rubro-negra. Fazia tanto tempo que não ganhávamos que muita gente, por falta de treino, tem encontrado dificuldade em expressar nossa inconteste superioridade. Mas não se preocupem, esse sem jeito passa logo. Comemorar vitórias é uma característica natural dos rubro-negros que ninguém precisa aprender, já nascemos sabendo.
Arthur Muhlenberg  Comanda o Blog do Flamengo

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