Clube e funcionários foram julgados pelos incidentes na derrota para o Palmeiras, no último dia 1º de novembro. Dirigente americano ainda tem sete dias a cumprir de suspensão
Com a presença de John Textor no tribunal desportivo, no Centro do Rio de Janeiro, o Botafogo, jogadores e dirigentes, entre eles o dono da SAF, foram julgados pela 5ª comissão disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por conta dos incidentes na partida contra o Palmeiras, no último dia 1º de novembro.
O americano foi denunciado no mesmo artigo por três vezes pelas “ofensas à honra” do árbitro, do presidente da CBF Ednaldo Pereira e da própria Confederação. Suspenso preventivamente por 30 dias por decisão do presidente do STJD, José Perdiz, o julgamento desta tarde o condenou a 35 dias de suspensão e multa de R$ 25 mil. Como já cumpriu 28 dias de suspensão preventiva, Textor ainda tem sete dias a cumprir da punição.
Textor chegou de viagem da França na véspera do julgamento. Com a punição, o americano não poderá ir aos últimos dois jogos do Botafogo no Brasileirão. Mas o departamento jurídico do clube acredita que vai conseguir efeito suspensivo ainda nesta sexta-feira.
Confira os tópicos da decisão do STJD:
- Botafogo multado por R$ 5 mil pelos copos arremessados no artigo 213 por unanimidade.
- Patrick de Paula suspenso em uma partida, convertida em advertência por maioria de votos.
- Adryelson absolvido no artigo 250, de praticar ato desleal ou hostil, por unanimidade.
- Joel Carli absolvido nos artigos 258 e 258-B, por invasão de campo, suspenso por 2 jogos após a denúncia no 243-F ser descaracterizada para o artigo 258, de praticar ato contrário a disciplina, por maioria.
- André Mazzuco absolvido no artigo 243-F por unanimidade.
- Vinicius Assumpção, vice-presidente do associativo, absolvido no 243-F por unanimidade, e punido com 15 dias de suspensão em uma segunda denúncia no artigo 243-F e pena de R$ 10 mil por maioria.
- John Textor: absolvido no artigo 258-B por unanimidade. No primeiro 243-F, direcionado ao árbitro, foi descaracterizado e modificado para o 258, sendo atribuída pena de 15 dias de suspensão por maioria. As outras duas denúncias no 243-F foram aglutinadas, definindo punição de 20 dias e multa de R$ 25 mil, também por maioria. No total, Textor recebeu suspensão de 35 dias e multa de R$ 25 mil, já descontando os 28 dias cumpridos na suspensão preventiva cumprida.
O procurador do STJD João Marcos Guimarães entendeu que Textor não quis tratar de “corrupção financeira”, como alegava a defesa do americano. Ainda assim, defendeu que a manifestação do dono da SAF do Botafogo colocava uma mancha no Campeonato Brasileiro e caracterizava a ofensa à honra, do artigo 243-F, no qual ele foi denunciado.
Em relação aos outros denunciados, o procurador apontou como a ação de Textor faz com que todos no clube se sintam legitimados, mas não isenta de culpa.
A defesa apontou a falta de uma tradução juramentada na denúncia como uma fragilidade do trabalho da Procuradoria. Ainda destacou como o termo “corrupção” é amplo e não há ofensa a honra, além de destacar as recorrentes reclamações de arbitragem de todos os clubes durante o Brasileirão.
Em relação aos outros denunciados, o advogado do Botafogo André Alves alegou que Joel Carli e Patrick de Paula tinham credenciais que permitiam a eles entrar em campo. Além disso, apontou que o árbitro Braulio da Silva Machado não soube dizer qual foi a ofensa praticada por eles na súmula.
Os auditores do STJD destacaram “a coragem” de John Textor por ser pioneiro em investir em um “clube grande do futebol brasileiro”.
A procuradoria denunciou o Botafogo e outros seis membros do clube por diferentes artigos. Adryelson foi acionado no 250, por praticar ato desleal ou hostil. André Mazzuco e Vinicius Assumpção, vice-presidente geral do associativo, no 243-F, por ofensa à honra do árbitro. Patrick de Paula no 258-B, por o campo sem estar relacionado. John Textor e Joel Carli foram acionados tanto pelo 243-F quanto pelo 258-B.
O Botafogo é o vice-líder do Campeonato Brasileiro com 63 pontos somados, três a menos que o Palmeiras. Para ser campeão, precisa vencer, algo que não acontece há 9 rodadas, as últimas duas partidas e torcer para o rival tropeçar duas vezes. Se o Verdão vencer uma e perder outra, o Glorioso precisa tirar 7 gols de diferença no saldo.
Retirado do Globoesporte.com
Textor conversa com Thairo Arruda em julgamento do Botafogo no STJD — Foto: Raphael Zarko