Sem acordo com atletas, clubes definem férias de 20 dias e pedem manutenção de fórmulas das Séries A e B

Após reunião entre 30 clubes do futebol brasileiro, realizada por meio de videoconferência, nesta quinta-feira, a contraproposta da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) foi rejeitada. Os clubes definiram conceder apenas 20 dias de férias coletivas a partir de 1º de abril até 20 de abril e vão reavaliar a situação no dia 15 de abril para definir se retornam às atividades. Os dirigentes da Comissão Nacional de Clubes também pediram à CBF a manutenção da fórmula do Brasileirão por pontos corridos.

Sem acordo coletivo, cada clube está liberado para negociar diretamente com seus atletas – movimento que já havia iniciado nas séries A e B. Ou seja, não vai haver determinação nacional para redução de 25% de salários, como era a proposta inicial dos clubes, nem as férias coletivas de 30 dias, pedido dos atletas, na resposta da última quarta-feira.

– Ficou definido apenas a concessão de férias. São 20 dias agora e reavaliação da situação no dia 15 de abril. Lá se avalia novamente o quadro. Sobre a questão salarial, não houve nenhuma resposta definida. Cada clube vai definir com seus jogadores. Até porque são realidades muito diferentes – disse o secretário-geral da CBF, Walter Feldman.

A CBF vem participando dessas reuniões e nesta quinta também se pronunciou sobre calendário, outra preocupação dos clubes, que já anteciparam o desejo de manutenção das fórmulas das Séries A e B. Um desafio diante de meses perdidos e da imprevisibilidade do retorno ao futebol.

– Sim (pediram a manutenção), o Manoel Flores (diretor de competições) falou na reunião. Trabalhamos com expectativa otimista de não haver nenhuma alteração nos campeonatos. Vamos tentar encontrar datas pelas liberações de Copa América, Eliminatórias… Ainda é uma visão conservadora, sem ajustes, sem alterar essência de nada – comentou Feldman.

Sobre encaixe de estaduais neste cenário, o dirigente da CBF comentou:

– Não tem como nesse momento dizer isso (destino dos estaduais). O desejo já manifesto é de cumprir o calendário. Apertar, ajustar, como vai ser feito, não é possível saber – avaliou Feldman.

A reunião, inicialmente, era para fechar um acordo com os jogadores, mas o único consenso foi das férias definidas e para que as competições mantivessem a fórmula. O receio é que a mudança de regulamento provoque quebra de contratos televisivos e entre patrocinadores.

Atletas não aceitam redução salarial

Os atletas haviam concordado com o período de férias, mas exigindo o pagamento integral e o terço constitucional até 4 de maio (segundo dia útil do mês). Além disso, pedem uma licença remunerada de, no mínimo, 10 dias, entre o Natal e o Ano Novo. A redução salarial, por sua vez, havia sido negada. E a Fenapaf formalizou, como condição para a formalização do acordo, o pagamento do salário e da parcela de imagem referente ao mês de março, até o dia 7 de abril.

Os clubes, no entanto, insistiam na redução salarial de 25% em caso de permanência da paralisação após as férias coletivas. Os clubes se baseiam no artigo 503 da CLT para a medida, que valeria a partir de maio e enquanto perdurar a inatividade das competições.

Vale lembrar que as férias durariam entre 1 e 20 de abril, com possibilidade de prorrogação até o dia 30. E o pagamento do período aconteceria no quinto dia útil do mês seguinte, baseando-se na Medida Provisória nº 927 de 22 de março de 2020.

Globoesporte.com

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