Schalke 04 rescinde contrato de patrocínio com estatal russa após 15 anos de parceria

Maior empresa de exportação de gás natural do mundo, Gazprom é uma das principais parceiras da Uefa; entenda a relação da empresa com o futebol europeu

O Schalke 04, tradicional clube alemão, anunciou nesta segunda-feira que rescindiu contrato com a Gazprom, empresa estatal russa do ramo de energia. O clube já tinha anunciado na quinta-feira passada, quando começou a guerra na Ucrânia, a retirada do nome do patrocinador das camisas. Agora, o fim de vez da parceira de 15 anos com a maior empresa de exportação de gás natural do mundo.

“A diretoria do FC Schalke 04 decidiu, com a aprovação do conselho fiscal, encerrar prematuramente a parceria entre FC Schalke 04 e Gazprom. A plena capacidade financeira do clube mantém-se inalterada após esta decisão”, diz comunicado oficial do Schalke.

A medida ocorre horas depois de a Rússia decidir invadir a Ucrânia, apesar dos apelos da ONU e de diversos países do Ocidente, que prometem sanções como retaliação. O jornal “Bild” chegou a fazer uma campanha nesta semana pedindo que o Schalke retirasse o nome da empresa russa e colocasse em seu uniforme a frase “Liberdade para a Ucrânia”. O clube, inicialmente, afirmou que estava em “constante diálogo com o patrocinador de longa data”.

A Gazprom é a maior empresa russa do ramo de energia e também a maior exportadora de gás do planeta, sendo fornecedora fundamental para diversos países europeus com economia forte. A gigante é patrocinadora do Schalke desde 2007 e tem outros investimentos importantes no futebol europeu, também sendo uma parceira antiga da Uefa, a ponto de patrocinar a Liga dos Campeões.

Inclusive, é a gigante russa que dá nome comercial ao Estádio Krestovsky, em São Petersburgo, local para onde a final da Liga dos Campeões 2021/22 está marcada. Casa do Zenit – clube também patrocinado pela empresa – e palco de duelos na Copa do Mundo de 2018, o estádio, porém, pode deixar de receber a decisão por conta do conflito entre russos e ucranianos. O Comitê Executivo da Uefa se reunirá nesta sexta-feira para tomar uma decisão sobre o evento, marcado para 28 de maio.

Estritamente ligada ao governo russo, empresa tem forte investimento no futebol

Fundada em 1989, na reta final da antiga União Soviética, a Gazprom provém do Ministério da Indústria do antigo regime. Apesar do processo de privatização, a empresa tem mais de metade das ações pertencentes ao governo russo – que, desta forma, toma decisões sobre seu comando e sobre a exportação de gás.

O investimento nos esportes passou a ser uma das formas da empresa fortalecer sua marca e chegou ao futebol em 2005, com a compra da maioria das ações do Zenit – que, a partir daí, passou a ser uma equipe dominante no futebol russo e ganhou notoriedade no continente, conquistando, inclusive, uma Liga Europa, em 2008.

Retirado do Globoesporte.com

Gazprom também dá o nome comercial ao Estádio Krestovsky, em São Petersburgo — Foto: Getty Images

Sobre o autor