Que um dia isso ia acontecer normal, que estava muito perto, sem surpresas, mas hoje? Foi surpreendente, como alguns de seus gols de placas e triste, como alguns momentos de sua vida. Mas, vai com um currículo invejável dentro dos campos de futebol. Só não superou o Rei, Pelé em números de gols pela Seleção Brasileira, mas foi o maior em Copas do Mundo.
O que de fato fez com que o nosso Fenômeno antecipasse o fim de sua carreira tão vitoriosa? Teria sido as dores nas pernas? Foi o peso do corpo? Ou o medo da torcida? Afinal, deve ter sido um terrível drama para um atleta vitorioso ter que decidir o final de uma carreira tão gloriosa. Porém, mais sofrido ainda foi ouvir da mesma torcida, que o idolatrou, quando chegou ao Corinthians: “Aqui tem um bando de loucos, loucos por ti Ronaldo!” Para depois gritar mais forte estourando seus tímpanos e ferindo o seu coração: “Ronaldo Gordão Fora do Timão!” Seria uma antecipação para evitar o que aconteceu com Vagner Love no Palmeiras e Agora Roberto Carlos no próprio Corinthians, quando dizem que foram ameaçados de morte pela torcida.
Ronaldo Fenômeno não precisa provar nada, o sobrenome que recebeu já diz o que ele foi dentro das quatro linhas do esporte mais popular do mundo. Mas, todo jogador precisa aprender um fato, que nunca será mudado.
A torcida não torce pelo ídolo, ela torce pelo clube, que ama e idolatra. O craque de futebol é um amor passageiro, que às vezes só fica na mente de alguns torcedores, por nunca ter trocado do clube. O ídolo no Brasil é descartável. Acabou joga-se fora.
Vá descansar Ronaldinho, seu corpo e sua mente. Seus gols e sua superação nos obstáculos que enfrentou e venceu já são exemplos de vida para quem quer vencer com dignidade. Se existiu um craque pôs Pelé, esse se chama “Ronaldo Fenômeno.”
Raimundo Gonçalves é Colunista Esportivo.