Treinador chega para o primeiro trabalho no Brasil com currículo largo e vitorioso na bagagem. Argentino é ídolo no país natal, mas teve trabalho contestado no Paraguai
O torcedor brasileiro pode conhecer pouco, mas Ramón Díaz é um dos grandes técnicos do continente sul-americano. Ídolo na Argentina como jogador e treinador e com experiência internacional, o novo comandante do Botafogo chega ao Brasil neste sábado como um novo desafio, mas com bagagem suficiente para a missão de liderar o clube para longe da crise.
Díaz é nada menos que o segundo treinador mais vitorioso da história do River Plate. Venceu copas e campeonatos nacionais, além de encerrar uma espera de 10 anos da torcida por uma conquista da Libertadores. Ficou marcado também pelo primeiro título dos Millonarios após o retorno à primeira divisão. Na Argentina, também levantou taça pelo San Lorenzo.
O argentino de 61 anos tem uma experiência como técnico no futebol europeu: comandou o Oxford United, da Inglaterra. Passou também pelo Pyramids, do Egito, e ficou algumas temporadas no Al Hilal, da Arábia Saudita, que é considerado seu bom desempenho mais recente e onde conquistou os últimos títulos.
No Ocidente, os últimos trabalhos foram no Paraguai. No país vizinho, comandou a seleção nacional e o Libertad, de onde saiu em setembro deste ano. Na seleção, foram duas temporadas. O resultado mais expressivo foi a campanha na Copa América de 2015, quando chegou à semifinal após eliminar o Brasil. Pelo Libertad a passagem foi bem mais discreta, com a saída após resultados negativos.
Experiente, mas exigente
Esse é um resumo do currículo, mas o que Díaz pode apresentar dentro de campo? Quem acompanhou momentos marcantes da carreira do treinador destaca a experiência e a liderança para passar por momentos importantes. Mas, também, o nível alto de exigência que pode levar a desgastes internos.
Com praticamente 30 anos de carreira, Ramón é visto como um técnico de estilo tradicional, mas adaptável às circunstâncias do clube. O treinador tem como objetivo implementar um jogo ofensivo e atraente, mas sabe ler o contexto para ser mais pragmático se necessário.
As análises levam a crer que o Botafogo não terá grandes inovações, mas deve ganhar solidez e um estilo de jogo definido. Além do comando de um profissional experiente em um momento delicado dentro e fora de campo.
Globoesporte