O preço da saída de Zico do Flamengo caiu no conta da oposição e do Conselho Fiscal. Mas, no entendimento do ex-diretor executivo de futebol, deveria ser repartida com a presidente Patrícia Amorim e seus aliados. Ao se despedir dos jogadores e da comissão técnica nesta nesta sexta-feira, no Ninho do Urubu, ele foi contundente.
– Em momento algum me senti protegido por ela. Sempre me senti enfraquecido pela presidente e pelos poderes do clube. Não consigo entender como a parte suja do Flamengo tem tanta força – afirmou, entre outras coisas.
A rejeição a Zico foi semeada em diversos setores das pessoas ligadas à situação. Primeiro, desagradou Hélio Paulo Ferraz ao demitir Carlos Peixoto em junho. O ex-diretor de futebol abasteceu o noticiário com informações para minar o trabalho de Zico. Em outra ponte ocorreu a “falta de sintonia” com Michel Levy.
Um dos primeiros problemas aconteceu quando Zico queria esmiuçar o orçamento para contratações, e o vice de finanças estava na África do Sul assistindo à Copa do Mundo. O episódio criou um desgaste que se acentuou com a intervenção de Levy em algumas contratações – a de Gilberto Silva, por exemplo.
Um dos financiadores da campanha de Patrícia, o empresário Léo Rabello também foi criticado publicamente pelo Galinho no episódio da renovação de contrato de Thiago Sales, que atualmente defende o rival Fluminense. A presidente soube de todos os problemas e, na opinião de Zico, não se posicionou adequadamente. Foi política demais. E o mesmo ocorreu quando os ataques partiram do Conselho Fiscal.
Na segunda-feira, a presidente sentou-se à mesa com Leonardo Ribeiro e fez um acordo político para comunicar o fim da parceria com o CFZ. Ela emitiu uma nota oficial comunicando a rescisão e em troca ganhou elogios do presidente do poder por defender os interesses do Flamengo. Zico assistiu a tudo, pôs tudo na balança e decidiu que estava fora do Flamengo.
Globo.com