Atacante uruguaio estava isolado da família depois de testar positivo para covid-19 e ser afastado dos treinos do Godoy Cruz, seu clube desde 2016 e do qual é um dos maiores artilheiros
O centroavante uruguaio Santiago Damián García Correa, ou simplesmente Morro García, de 30 anos, foi encontrado morto na manhã deste sábado, em Mendoza, na Argentina. A polícia local trata o caso inicialmente como suicídio.
Ainda há controvérsia sobre a forma como o atacante morreu. Segundo o jornal “El Sol”, de Mendoza, García foi encontrado em sua cama, com uma arma ao lado e um tiro sofrido na cabeça.
Ao diário, o Godoy Cruz confirmou a morte e reiterou para que todos “tratem a notícia com o respeito que se merece”. O clube reforçou que todos “se sentem afligidos” neste momento. Presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez lamentou a morte do atacante.
García estava afastado do Godoy Cruz, clube que defendia desde 2016. Maior artilheiro do time no Campeonato Argentino, com 51 gols em 119 partidas, e segundo na lista histórica da equipe, tinha testado positivo para covid-19 em 22 de janeiro passado e, desde então, estava isolado até de seus familiares. De acordo com autoridades locais, o jogador passava por tratamento psiquiátrico.
Seu último post nas redes sociais foi justamente em 21 de janeiro. Deixou uma mensagem de consciência tranquila em relação a sua vida.
– Desde o primeiro dia até o último agradecido e com tranquilidade que posso olhar na cara de TODOS.
Em 2011, o atacante chegou a ser a maior contratação do Athletico-PR, quando saiu do Nacional, de Montevidéu, por R$ 7 milhões. Fez dois gols logo na estreia, contra o Botafogo, mas disputou apenas 18 jogos e acabou sendo devolvido ao time uruguaio.
Foi, então, para o Kasimpasa, da Turquia, pois precisava cumprir dois anos de suspensão no futebol de seu país por causa do uso de cocaína.
Em 2014, Morro García foi preso com outros jogadores por causa de uma briga no clássico entre Nacional e Peñarol. Passaram a noite na delegacia, foram punidos com três meses de suspensão e proibidos de sair do Uruguai durante seis meses. Em partidas fora do país pela Copa Libertadores, precisavam pagar fiança.
Depois desse episódio, Morro García passou pelo River Plate, do Uruguai. Jogava de graça por opção. Enfrentava problemas para manter o peso e gostava que ninguém o cobrava por isso no clube que ficava perto de sua casa.
Em 2016, foi para o Godoy Cruz. Dois anos depois, quando foi artilheiro do Campeonato Argentino na campanha do vice-campeonato do time, atrás apenas do Boca Juniors, chegou a desabafar dois anos depois sobre as cobranças em torno de um jogador de futebol:
– Quando me obrigaram a perder peso, aqui na Argentina, eu sofri muito porque não me sentia forte e ágil. Tive que sair do time. (…) Quem me conhece sabe como é o meu físico. Sou grandalhão e bundudo mesmo – disse na época.
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