Técnico da Seleção Brasileira, Dorival fala em resgate do torcedor e comenta futuro de craque: ‘Aprender a jogar sem’
Novo técnico da Seleção Brasileira, Dorival Júnior foi apresentado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nesta quinta-feira (11). O comandante assinou contrato até o fim da Copa do Mundo de 2026.
E
Eu acho que não é nem uma mudança de nomes. É uma mudança emocional, postural, em que o atleta tem que entender que ele está vestindo uma camisa muito pesada, que é uma referência no mundo inteiro. Se nesse momento não estamos em uma posição adequada para uma classificação para a Copa do Mundo, vamos buscar nossos caminhos para reverter isso. Encontrar o caminho que a Seleção Brasileira sempre trilhou. Primamos por um futebol bem jogado, mas acima de tudo efetivo. Temos que voltar a protagonizar grandes jogos. Temos capacidade, qualidade e potencial suficiente para isso. E que cada um assuma um pouco mais suas responsabilidades a partir do momento em que forem convocados. A lição que Zagallo nos deixou tem que ficar guardada para o resto da vida. Tudo o que ele conquistou, ele tem que deixar marcado essa condição. Ele não pode deixar de ter essa vontade, essa gana e garra.
Além de ter o objetivo de montar uma Seleção Brasileira identificada com o torcedor, Dorival Júnior comentou sobre o papel de Neymar na equipe. Após rusgas no passado, o treinador afirmou que tem uma boa relação com o camisa 10 da Canarinho.
– Brasil tem que aprender a jogar sem o Neymar, entendendo que o momento dele é de uma lesão, mas temos um dos três maiores jogadores do mundo. Ele é um jogador muito importante. Desde que recuperado, em condições. Não tenho problema nenhum com o Ney. A proporção foi além do que esperávamos desnecessariamente. A diretoria do Santos tomou uma decisão, eu respeite, mas nunca tive nenhum problema com o atleta. O futebol é muito dinâmico. As mudanças são muito rápidas. Tudo o que está acontecendo pode não ser uma verdade daqui a um mês. O importante é que foquemos um pouco mais, nos preparemos um pouco mais. Atento a tudo o que estiver acontecendo já imaginando uma pré-convocação.
CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DE DORIVAL JÚNIOR:
DIFERENÇA ENTRE CLUBE E SELEÇÃO
– Tudo pode ser aproveitado. Eu acredito que uma reciclagem ela acabe acontecendo e proporcionando dificuldades um pouco maiores. Finalizamos uma Copa do Mundo e já iniciamos uma preparação para o momento seguinte. É natural que dificuldades nós teríamos. Mas não quer dizer que não possamos buscar algo diferente. O futebol não muda, os comportamentos precisam ser repetidos. É muito diferente de um clube. Na Seleção, você se apresenta para jogar e você terá dois dias de jogos e cinco ou seis de treinamentos. Todos encontram um caminho e nós temos que encontrar também. Precisamos acelerar esse processo. Temos que buscar rapidamente uma equipe confiável e que passe uma confiança um pouco maior.
RENOVAÇÃO
– Sempre contei com uma mescla que para mim é mais do que saudável e necessária em qualquer sentido para que a gente tenha a competitividade de uma equipe mantida. Não será diferente. Não importa. Se o Thiago (Silva) estiver bem, ele terá oportunidade. É um grande jogador. Um ciclo se encerra quando um outro estiver bem melhor. Temos que ter equilíbrio, consciência e buscando os melhores no momento. Vou tentar trazer aqueles que estiverem em melhores condições. O principal é que se adaptem rapidamente.
ESTILO DE JOGO
– Em todas as equipes que cheguei, me adaptei ao time. Nunca cheguei com um sistema pré-estabelecido. Procuro identificar o que tenho nas mãos e poder definir o sistema que devo empregar. Não me apego muito a números. O que nós temos é que defender com o maior número possível e atacar da mesma forma. O equilíbrio é o principal. Vamos tentar dentro daquilo que imagino ser a melhor convocação possível. Muito difícil falar entre o sistema do Fernando e do Ancelotti até porque eles desenvolvem em clube. Dentro de uma seleção, naturalmente é um pouco diferente.
SAÍDA DO SÃO PAULO
– Eu tinha meu contrato com o São Paulo. Estava preparando a equipe para as competições. Montamos o São Paulo em uma condição que qualquer treinador que ali esteja possa fazer o que bem entender. Buscamos alternativas para ter um elenco mais enxuto e poder abastecer qualquer condição que pudesse vir a acontecer. O contato com o presidente foi feito no fim da semana anterior. Foi uma satisfação e um prazer chegar a um momento como esse em um momento da minha vida, da minha carreira. Com relação a instabilidade, é uma hora que eu não entro. Tenho a confiança do presidente para preparar a equipe, visando ganhar jogos, os melhores resultados possível e voltar a melhor posição em uma Copa do Mundo para que voltemos a ter uma grande conquista.
DIAS APÓS O ANÚNCIO NA SELEÇÃO
– Quando deitei, fiquei pensando qual seria a sua pergunta. Estou muito emocionado, pois nunca planejei minha vida. Mas um dia esperava estar aqui. Vi muitas entrevistas dos meus ex-treinadores, como de amigos. Um dia imaginava que pudesse estar sentado aqui representando o povo brasileiro como treinador da sua equipe. Tem sido dias importantes, mas a realidade é outra e a partir de segunda-feira o presidente vai começar a me cobrar.
FEIJÃO COM ARROZ
– Muito tranquilo. Eu acho que o feijão com arroz tem um tempero de cada estado. E para mim sempre foi um desafio. Tenho seis equipes que consegui livrar de rebaixamentos. E talvez com essas mesmas equipes acabei chegando em decisões de competições. Alguma coisa você deixa plantado. Se foi um feijão ou um arroz, acho que agradou a essas pessoas. Você retornar depois de uma passagem é difícil.
RECUPERAÇÃO DA SELEÇÃO
– Eu acho que tudo vai acontecer de uma maneira natural. A recuperação não acontece da noite para o dia. O importante é que nós voltemos a encontrar uma estrutura que facilite essa recuperação. Foram resultados complicados. O momento foi um pouco complicado. Imagino o esforço que o Fernando tenha feito para tentar encontrar soluções. Vamos tentar encontrar um caminho. Na frente, vamos encontrar um equilíbrio para ter uma outra conduta em busca da nossa classificação e de uma disputa direta por mais um título.
ESPECULAÇÕES
– Em duas ou três oportunidades, meu nome foi ventilado. Quando surgiu dessa vez, eu imaginava que fosse mais uma especulação natural, de mercado. De repente, acabou se concretizando. Eu não criei uma expectativa, como havia criado anteriormente. E a partir do momento que recebi uma chamada, as coisas mudaram um pouco. Era um sonho, um objetivo. Eu não saí do São Paulo, não deixei o São Paulo na mão. Estou vindo para a Seleção. Não é um convite, é um chamado. Nenhum profissional em são consciência deixaria de atendê-lo.
m suas primeiras palavras, o técnico deu um panorama sobre como pensa o futuro da Amarelinha e que tem como objetivo iniciar a classificação para a Copa do Mundo. O comandante não deu muitas dicas sobre nomes que aparecerão nas listas de convocações, mas comentou sobre o que espera de seus times.
Retirado do Lancenet
(Fotos : Staff Images / CBF)