Em um momento difícil, meu ídolo me mostrou força, garra e espírito de luta, como fazia dentro de campo
Um ídolo, uma referência, um amigo.
Quando você é uma criança apaixonada por futebol, você começa a ter ídolos principalmente do time para o qual torce.
Comigo, não foi diferente. Assisti maravilhado à Copa de 70. Já era apaixonado pelo Rivellino só pelas coisas que meus pais, tios, enfim, todo mundo me falava sobre ele.
Fui vê-lo pela primeira vez logo depois da Copa, no Parque São Jorge, em um Corinthians 1 x 1 Ponte Preta. Ele não jogou, mas deu uma volta olímpica. Depois disso, fui ver o Riva diversas vezes. Ele é o maior ídolo que tenho no futebol.
Mas quando o garoto começa a mostrar uma característica e muito cedo já está jogando em algum time (foi o meu caso, cheguei ao Corinthians com dez anos), ele começa a ter referências também pelo estilo de jogo.
Eu comecei a gostar de ver alguns jogadores da posição que eu gostaria de ser. Desde o início, eu era um 8 ou 9, ou seja, meia-direita ou ponta de lança, como queiram, e centroavante. E aí aparecerem as minhas referências.
Eu adorava o estilo do Leivinha pelo cabeceio, pela elegância. Era vidrado no Cesar Maluco, com quem me identifiquei muito pela agressividade, pela luta. Para ele, não existia bola perdida.
Também me tornei fã demais do Roberto Miranda, desde o grande time do Botafogo, com Rogério, Gerson, Roberto, Jairzinho e Paulo Cesar, um ataque fantástico. E a minha idolatria por ele aumentou quando ele foi para o Corinthians. Gostava da movimentação, da rapidez para definir a jogada, da finalização. E o mais legal é que virei amigo dele, o que para mim é uma honra.
Mas um com quem eu sonhava quando via em campo era o Roberto Dinamite.
Era um jogador espetacular, alto como eu, cabeludo e centroavante. Foi com ele que mais me identifiquei, por causa do estilo mais próximo.
Quando enfrentei o Vasco pela primeira vez, foi em um empate por 0 a 0 no Morumbi, e à noite fui participar de um programa de esporte na TV Record. Também estavam o Serginho Chulapa, o Leão, o Acácio e o Roberto.
Depois do programa, dei uma carona para os dois (Roberto e Acácio) até o hotel em que o Vasco estava concentrado.
Com o passar dos anos, a gente foi se enfrentando mais vezes. Ele me elogiou em entrevistas várias vezes, e eu ficava deslumbrado – afinal de contas, a minha maior referência estava me elogiando.
Viramos amigos de trocar mensagens, de se preocupar um com o outro, principalmente durante a pior parte da pandemia, quando a família toda dele pegou Covid. Fizemos uma live no ge e falei de toda admiração que tenho por ele.
Retirado do GE blog do Casão
Foto: Reprodução do GE