A rivalidade aguçada entre Botafogo e Flamengo nos últimos anos ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira: o Alvinegro comunicou à Ferj que não irá disponibilizar o Estádio Nilton Santos para a realização da final da Taça Guanabara, entre Flamengo e Boavista. Com o Maracanã voltado para shows durante o mês, a tendência é que a partida, marcada para as 17h (de Brasília) do próximo domingo seja disputada no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.
O Botafogo considera “barato” o aluguel de R$ 100 mil do estádio, preço previsto no arbitral para jogos de um grande contra time de menor expressão (nos clássicos o valor é de R$ 200 mil). No entanto, o que pesou foi o clima azedo com o rival, que venceu o Alvinegro na semifinal com direito à confusão no fim envolvendo jogadores, tudo por causa de um gesto de “chororô” de Vinicius Junior. Dirigentes alvinegros presentes em camarotes ficaram revoltados.
O Flamengo ainda não foi comunicado, mas como não é o mandante – o Boavista foi apontado por sorteio -, o clube acompanha, mas não participa das decisões e está alheio às conversas. Porém, a postura da diretoria do Botafogo deve roer o acordo que vinha sendo costurado pelos clubes para um pacote de jogos do Fla no Nilton Santos ao longo de 2018. O vice-presidente executivo alvinegro, Luiz Fernando Santos, e o diretor geral rubro-negro, Fred Luz, mantinham reuniões do tema.
Botafogo e Flamengo não falam a mesma língua desde a conturbada transferência de Willian Arão para a Gávea em 2016. De lá para cá, outras polêmicas envolvendo os dois clubes afloraram a rivalidade dos últimos anos, como por exemplo: o vídeo do “Porta dos Fundos” que foi parar na Justiça; o desmanche da Arena Botafogo e o repasse do local para a atual Ilha do Urubu; clássicos com só 10% para visitantes; preços de ingressos na semifinal da Copa do Brasil 2017 etc.
Na gestão de Carlos Eduardo Pereira no Botafogo, o presidente chegou a dizer que o Flamengo não jogaria no Nilton Santos durante seu mandato. Agora na administração Nelson Mufarrej, o debate foi reaberto internamente, e a necessidade de aumentar os lucros com o estádio fez a diretoria voltar a praticar o aluguel – já cedeu o espaço para o Fluminense enfrentar o Salgueiro pela Copa do Brasil – e retomar o diálogo com o Rubro-Negro. Porém, eles voltam à estaca zero.
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