“Barbaridade”, afirma presidente do Figueirense sobre agressão de grupo de torcedores aos jogadores

Em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, Norton Boppré diz que vai seguir com inquérito policial

Presidente do Figueirense desde março, Norton Boppré classificou a invasão de um grupo de torcedores ao Orlando Scarpelli, no sábado, que agrediu jogadores durante o treino, como “barbaridade”. A crítica do dirigente foi registrada em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina na manhã desta segunda-feira.

– Com muita tristeza tomamos conhecimento do ocorrido. Impactou a todos, principalmente os que aqui estavam trabalhando no Orlando Scarpelli. Lamentavelmente, indivíduos, pessoas que não merecem serem chamados de torcedores, fizeram barbaridades, como agressões físicas, agressões verbais, que nos deixou conternados com o fato lamentável – disse Boppré

No momento da invasão, 34 jogadores estavam treinando. A assessoria de imprensa do Figueirense informou que houve feridos leves, mas que os mesmos foram tratados pelo departamento médico. Ao menos cinco atletas sofreram danos físicos – um deles com corte no supercílio. Boppré destacou apoio da diretoria ao elenco.

– Os dirigentes que aqui estavam prestaram apoio aos atletas, e fomos até o Aeroporto Hercílio Luz antes do embarque (o elenco viajou a Cuiabá no domingo) e conversamos novamente com todos. Já sei que houve uma conversa franca em Cuiabá para tranquilizar a todos e foi possível notar um ambiente mais leve. Foi ratificado ao elenco todo comprometimento para que os fatos, as pessoas envolvidas no episódio serem responsabilizadas – destacou

 Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a invasão ao estádio Orlando Scarpelli. Boppré garantiu que o clube vai dar total respaldo para que as investigações identifique os invasores.

– Desde o primeiro momento nós determinamos que os funcionários e nosso superintendente administrativo registrassem junto à Polícia Civil relatando tudo o que foi possível aprurar. E já estão sendo encaminhada imagens das câmeras de monitoramento ao delegado Paulo Hakim, que coordena o inquérito – apontou o

Por fim, Boppré garantiu que a atual gestão do Figueirense não presta qualquer apoio financeiro à principal organizada do clube. Jogadores e testemunhas presentes no local no ato da invasão, garantem que os agressores vestiam roupas com identificações de tal torcida.

– Já na nossa participação anterior, de 2008 a 2010, onde a maior parte daquela diretoria está de volta, já não tinha no modelo de gestão qualquer tipo de benefício ou incentivo financeiro às torcidas organizadas. Elas sabem disso. Reconhecemos o importante papel do verdadeiro torcedor, que recentemente lotou o Orlando Scarpelli na retomada do clube mesmo no momento de uma derrota para o Bragantino. Foi uma demonstração de amor daqueles verdadeiros torcedores do Figueirense – completou.

O Figueirense emitiu nota oficial onde “repudia de forma veemente os lamentáveis fatos ocorridos” e afirma que “resultados esportivos ou problemas administrativos de qualquer natureza não justificam qualquer tipo de atitude que ameace a integridade física dos atletas e profissionais de comissão técnica”. O clube ainda afirmou que “disponibilizou todas as imagens captadas durante o deplorável e triste episódio para que possam ajudar na identificação dos responsáveis”.

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Entenda o caso

O estádio Orlando Scarpelli foi invadido na tarde de sábado, por volta das 15h, por cerca de 40 torcedores do Figueirense com identificações da principal torcida organizada do clube. No momento, 34 jogadores estavam treinando.

A invasão ocorreu após torcedores derrubarem o portão 8 do estádio. Na chegada ao gramado, eles soltaram rojões em direção aos jogadores que realizavam o trabalho regenerativo sob o comando de Elano, um dia após a derrota por 1 a 0 para o Paraná, pela Série B. O treinador, através de sua assessoria de imprensa, disse que “prefere não se manifestar sobre o ocorrido”.

A Polícia Militar foi chamada, mas, ao chegar ao estádio, o grupo de torcedores já havia deixado o local. A diretoria do clube se reuniu para alinhar quais providências jurídicas serão encaminhadas. O Boletim de Ocorrência foi registrado no início da noite de sábado.

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