Profissional de 54 anos chega com contrato válido até dezembro de 2021 e tem primeira oportunidade em um dos grandes do Rio, cidade onde nasceu
O carioca Marcelo Cabo, de 54 anos, terá sua primeira oportunidade em um grande clube do Rio na próxima temporada. Foi escolhido pelo Vasco para ser o treinador que tentará reconduzir o time à elite do futebol brasileiro. Cabo assinará contrato válido até dezembro de 2021 com o clube de São Januário e chega com três profissionais, os auxiliares Gabriel Cabo (seu filho) e Fábio Cortez (que estava no sub-16 vascaíno) e o preparador físico Tiago Melsert.
A negociação foi finalizada neste fim de semana, com a proposta oficial do Vasco passada ao empresário Alex Fabiano e a Regis Marques, que intermediou a contratação do treinador. Houve o acerto das bases salariais e do tempo de contrato, e o clube de São Januário fez o anúncio oficial pouco depois das 20h.
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Cabo estava no Atlético-GO, clube do qual se despediu neste sábado com o título estadual após vitória nos pênaltis por 5 a 3 sobre o Goianésia – no tempo normal, o jogo terminou 1 a 1.
Em coletiva concedida após o jogo, Cabo explicou por que aceitou o convite do Vasco.
– Completo quatro meses de desafios alcançados, com melhor campanha da história e Sul-Americana. Fui convidado para um grande desafio, vou dirigir um gigante do futebol brasileiro e da minha cidade. Há 12 anos que não moro no Rio. Resolvi aceitar o projeto da diretoria do Vasco, talvez fosse mais confortável ficar no Atlético. Conversei com o presidente algumas horas, coloquei para ele as minhas razões, e ele entendeu. Saio em comum acordo.
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O treinador também fez elogios não só ao Vasco, mas ao presidente Jorge Salgado e ao executivo de futebol, Alexandre Pássaro.
– Estou indo para um gigante do futebol brasileiro, que me deu essa oportunidade e acreditou no meu trabalho. Passa por uma reestruturação e confiou a mim esse trabalho técnico. Sempre tive uma meta profissional de voltar para um grande clube com o Vasco da Gama. Sei de todo o carinho e o amor que o Atlético tem por mim. Minha relação com o Atlético é diferente. Acredito na reestruturação do Vasco, na seriedade do presidente e do seu diretor. Quando saí do Rio, falei que voltaria a um dos quatro grandes. E o Vasco me abraçou, e eu abracei o Vasco. Eu mais escolhi o Vasco do que o Vasco me escolheu.
Cabo foi o eleito em decisão colegiada do departamento de futebol, liderado pelo executivo Alexandre Pássaro. O Vasco também estudou outros nomes, como Lisca (América-MG), Fernando Diniz (sem clube), Pintado (Ferroviária) e Umberto Louzer (Chapecoense).
Marcelo Cabo iniciou a carreira de treinador em 2004, quando dirigiu o Bangu. Depois disso, dirigiu outros 16 clubes, entre eles Atlético-GO, Ceará, Figueirense e Guarani. Tem também em seu currículo passagens pelo Oriente Médio e foi observador técnico da Seleção na Copa do Mundo de 2010, quando Dunga estava à frente da equipe.
O grande trabalho de Cabo deu-se em 2016, quando conquistou a Série B com o Atlético-GO. No CSA também foi muito bem, tirando o time de uma fila de 10 anos no estadual com um bicampeonato e o recolocando na Série A, competição que não disputava há 31 anos.
Confira outros tópicos da coletiva de Cabo:
Descarta rótulo de “treinador de Série B”
– A gente trabalha todo dia para evoluir, para crescer. Tenho certeza que saio do Atlético bem mais preparado. Esse rótulo de treinador de Série B… Eu conheço bem a Série B, mas posso trabalhar em qualquer série do mundo. Fiz quase que um turno completo e com um número muito expressivo. Enfrentei adversários com muito potencial no Brasil. Minhas reuniões com o Adson e com a comissão me fizeram crescer.
Tamanho do desafio de assumir o Vasco
– Desafio de um clube que vai passar por reestruturação. Dirigir o Vasco da Gama é o sonho de todo treinador, todo mundo trabalha para isso. É um prazer muito grande dirigir o Vasco da Gama, um gigante no futebol mundial. Orgulho muito grande e me sinto muito lisonjeado com esse convite. O Vasco tem uma grande torcida em todo o país. Agora vou arregaçar mangas para trazer a mesma alegria para o torcedor do Vasco da Gama da que eu trouxe para o Atlético nessas duas passagens.
Carinho pelo Dragão
– Decisão muito difícil. Se fosse com o coração, jamais seria do Atlético, mas a gente avaliou bastante a circunstância. Minha vida sempre foi pautada por desafios. Prometi ao presidente que não sairia no meio da temporada. Deixo aqui meu coração, minha relação com o Adson é de amigos. Peço desculpas ao torcedor. É muito difícil para um profissional falar isso. O torcedor do Atlético sempre estará no meu coração. Ciclo terminou, mas tenho certeza que é um até breve. Com certeza vou voltar ao Dragão. Tinha a certeza que voltaria para conquistar um estadual.
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Marcelo Cabo, técnico do Atlético-GO — Foto: Heber Gomes/ACG