Após derrota do Botafogo, Bruno Lage bate na mesa, diz palavrão e pede: “Acreditem como nós”

Líder do Brasileirão emendou a terceira derrota seguida no Brasileirão

Mesmo que ainda líder do Brasileirão, o Botafogo conheceu a terceira derrota consecutiva no Campeonato Brasileiro. A equipe de Bruno Lage perdeu para o Corinthians por 1 a 0 pela 24ª rodada, na Neo Química Arena, e o técnico foi enérgico ao pedir o apoio da torcida para entender o momento do time.

– Puxem para cima agora, é do que eles (jogadores) precisam. O torcedor do Botafogo é apaixonado, de um clube grande, mas na primeira rodada estavam lá 10 mil. Agora estão 50, 60 mil a empurrar esse time. Foram eles (jogadores) que puxaram para cima. Agora eles precisam desse carinho. E não que “olha, vamos entregar o ouro, vamos perder”. Não, c******! Acreditem como nós, porque eles acreditam. Estavam com 10 jogadores a correr, p****. Deram a vida pelo capitão, que teve que sair aos 25 minutos. Agora é o momento de estarmos todos juntos. Se tiverem que bater, batam em cima do treinador, sem problema nenhum. Segundo turno é difícil, as equipes já sabem como o Botafogo joga, as virtudes, como podem nos atacar. Faz parte do nosso trabalho, do meu trabalho, entender como vamos ganhar. E vamos ganhar! – desabafou, enquanto batia na mesa.

– Da mesma maneira que eu estou assertivo aqui, vocês entendam que é a forma que eu estou. As pessoas dizem: “Olha, como ele é parado na área técnica”. Sou parado porque estou me controlando. É assim que eu trabalho todos os dias com meus jogadores, passando energia positiva. Passem também, torcedores. Se tiverem que apontar o dedo, apontem para mim, sem problema nenhum. É no Bruno, é no Bruno, é no Bruno. Deem carinho máximo para eles, não exponham mais pressão ou mais ansiedade, deem liberdade total para eles jogarem o jogo – completou, e pediu desculpas pelos palavrões ditos ao término da coletiva.

Sobre o resultado do jogo, Lage definiu como “inglório” e destacou a atuação após expulsão do lateral-esquerdo Marçal, aos 20 minutos do primeiro tempo, após levantar o pé e acertar Pedro.

– É um resultado inglório, principalmente pela atitude e performance mostrada quando ficamos com um jogador a menos, com 10. O que posso dizer aos torcedores do Botafogo é aqui ninguém desiste, independente de haver sinais de alerta ou não. É contra tudo, como essas situações do futebol, como perdermos nosso capitão por cartão vermelho, e contra todos, porque é um campeonato muito competitivo e temos que jogar contra todos – disse sobre o resultado.

Questionado se considera a terceira derrota no Brasileirão como um sinal de alerta, assim como Tchê Tchê disse na saída de campo, ele rebateu.

– Foi o Tchê Tchê que falou, Tchê Tchê que pode responder o que significa o sinal de alerta. Hoje o que nós sentimos é isso, até mesmo fora, o adversário tem um enorme respeito. E nós temos que ter essa dimensão de campeão, e perceber quais são os passos das equipes que jogam contra nós. Fomos contra o Atlético-MG, jogaram para a trás, e aqui a mesma coisa, perceberam que éramos muito fortes em transição, em blocos, com saída rápidas. Se o sinal de alerta é isso, temos que perceber o que precisamos fazer quando tivermos a posse de bola. Os adversários viram o Botafogo jogar seis meses, e agora temos que perceber onde estão os espaços para darmos continuidade ao nosso jogo.

Com este resultado, o Botafogo permanece com os 51 pontos, perdendo a chance de aumentar a vantagem para o vice-líder Palmeiras, com 44. O time paulista perdeu por 1 a 0 para o Grêmio na rodada. A próxima partida do Botafogo é na segunda-feira (02/10), às 20h, contra o Goiás, no Nilton Santos.

Outras respostas de Bruno Lage na entrevista coletiva:

Sinal vermelho

– O sinal vermelho são as derrotas. Mas isso já tem vindo antecipar um pouco a equipe desde o início, quando eu cheguei. Quem está do outro lado, também estuda o nosso adversário. E não está a dar o espaço que nós criávamos. Nós temos que continuar a trabalhar e também jogar da maneira que é: ter o espaço para jogar, não ter espaço nas costas e, quando o adversário nos oferece o espaço, para construir. Nos jogos anteriores, em dois, três passes a gente estava dentro da área. Quando agora o adversário joga em bloco baixo, não conseguimos fazer isso de estar em dois, três passes. Temos que desmontar com posse, criar outro tipo de jogo. E é ter as duas coisas. A equipe tem trabalhado muito bem nisso. Com o Flamengo fez um bom jogo, criando oportunidades desta forma.

– Olhar e perceber a dimensão que esta equipe tem e eles tomarem de consciência que são os líderes, que tem sete pontos de avanços. E agora quando vão jogar contra o Atlético-MG ou Corinthians, eles que estão lá trás e nós que temos que procurar os espaços e termos que ser a equipe de ter mais paciência com bola para criar oportunidades de gol.

Retirado do Globoesporte.com

Bruno Lage comanda Botafogo contra o Corinthians na Neo Química Arena — Foto: Vítor Silva/Botafogo

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