trajetória não terminou como José Roberto Guimarães queria. A segunda derrota seguida para a Rússia em uma decisão de Mundial era um pesadelo que ele temia virar realidade. Aconteceu. No rosto do técnico, era óbvio o esforço para segurar as lágrimas e manter a postura de líder, enquanto as jogadoras choravam diante da bandeira vermelha, azul e branca no alto do pódio. Como bom pai, Zé sabia de sua responsabilidade às “filhas”. Cabia a ele não deixar que a frustração do título perdido permitisse jogar fora todo o trabalho. Por experiência própria, não deixou que nenhuma se culpasse pelo desfecho negativo. Abraçou uma a uma, e só depois sentou-se, sozinho, atrás da quadra, com o pensamento longe.
Zé Roberto sabe que sua história no comando da seleção estava esperando por esse título que não veio. Logo ele, que já conquistou dois ouros olímpicos inéditos para o Brasil, com a equipe masculina (1992) e com a feminina (2008), ainda não conseguiu soltar o grito de campeão mundial. Na saída da quadra, porém, o técnico preferiu falar sobre o lado positivo das lições tiradas da final. E, humilde, agradeceu a quem mais o apoiou.
– Sei que o segundo lugar é difícil para o Brasil, ninguém gosta. Nós também não. Foi um pecado. O grupo merecia ter vencido, mas é um processo de aprendizado. A equipe que eu conheci está de parabéns pelo comportamento. E eu só tenho a agradecer a elas por tudo o que foi feito – disse.
O técnico, que se define como “um grande trabalhador, que gosta de desafios e de ensinar”, também entende que a jornada não para por aqui. Há competições importantes em 2011, como a Copa do Mundo, que ainda não foi conquistada pela seleção. E as Olimpíadas de 2012 estão logo ali.
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