CT do Paysandu é penhorado pela Justiça após clube não pagar empréstimos de ex-dirigente

Diretor de futebol do Paysandu entre 2010 e 2012, Antônio Louro emprestou quase R$ 600 mil ao clube, que não foram pagos. Valor penhorado diz respeito ao débito mais correções monetárias. 

O sonho do Paysandu de construir um Centro de Treinamento pode estar mais distante do que o imaginado. O terreno que fica no bairro de Águas Lindas, em Ananindeua, que foi adquirido pelo clube para a construção do CT foi penhorado pela Justiça. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (1º) ao Núcleo de Esportes de O Liberal pelo presidente bicolor, Maurício Ettinger.

De acordo com o mandatário do Papão, o caso já é conhecido pelo jurídico do clube desde o ano passado. Na ocasião, os advogados do Lobo procuraram o Poder Judiciário para reaver a penhora, mas o caso ainda não foi julgado.

“O caso está na Justiça. O Paysandu entrou, desde o ano passado, com a defesa e embargos contra a penhora, mas até agora ainda não existe resposta”, disse Ettinger.

Entenda o caso

O terreno que fica no bairro das Águas Lindas foi penhorado como parte do pagamento das dívidas feitas pelo Paysandu com o ex-diretor de futebol do clube Antônio Cláudio Pereira da Costa, o Antônio Louro. De acordo com a Justiça, o imóvel foi avaliado no valor de R$ 1,4 milhão.

Ainda segundo o documento, o terreno do CT continuará penhorado até a quitação da dívida de Paysandu com Antônio Louro. Caso o contrário, o imóvel poderá ir a leilão.

Em entrevista exclusiva ao O Liberal, Antônio Louro explicou pelo qual solicitou a penhora do CT. De acordo com ele, o valor requerido diz respeito a uma sequência de débitos bicolores, relativos aos anos de 2010, 2011 e 2012. Na época, Louro havia depositado cerca de R$ 590 mil nas contas do Papão para pagamento de salário de jogadores e demais funcionários.

“Não só eu, mas algumas pessoas tinham débitos daquela época. Quando entrou Vandick na presidência, em 2013, foi feita uma auditoria para saber quais pessoas tinham emprestado dinheiro ao clube. No final, o clube determinou que cada credor deveria ser procurado para saber se esses débitos poderiam ser considerados doação ou não. Só que nunca me procuraram”, explicou.

Louro disse que esperou anos para procurar o Paysandu e voltou a questionar o clube pela dívida já na gestão Tony Couceiro, em 2018. Na época, segundo Antônio, o presidente bicolor disse “não saber do débito”, mas que entraria em contato com o ex-dirigente sobre o caso em breve. Entretanto, de acordo com Louro, o contato não aconteceu.

“Acho que querem me jogar contra a torcida, mas quando falo com os torcedores eles me dão razão. Cheguei no Paysandu e lá não tinha nada, ajudei muito o clube naquela época. Se tivessem me procurado esse tempo todo, perguntando se o dinheiro poderia ser revertido em doação, eu aceitaria. Afinal, hoje esse valor não me faz falta. Só que agora essa negociação se tornou uma questão de honra. Me chamam de ladrão, mas agora tá provado que quem ficou com o meu dinheiro foram eles”, disse.

O início das obras no Centro de Treinamento Raul Aguilera começaram em 2016, ainda na gestão de Alberto Maia como presidente. No entanto, os trabalhos pararam nos mandatos seguintes e foram retomados apenas em 2019.

Em 2020, a construção do CT ficou temporariamente parada por conta da pandemia de Covid-19, mas foram retomadas em junho de 2022. Na época, o engenheiro responsável pela obra, Arnaldo Dopazzo, disse à equipe de O Liberal que um dos gramados previstos para o CT seriam entregues até setembro, mas a promessa não foi cumprida.

A construção do centro de treinamento está em sua segunda fase. O CT terá ao todo cinco campos de futebol, um campo para treinamento de goleiros, hotel com auditório, refeitório, academia, piscina e departamento de saúde e um prédio administrativo.

Retirado de O Liberal

fonte

CT do Paysandu é penhorado na Justiça. (Cláudio Pinheir

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