Papão saiu perdendo, mas empatou no último minuto do tempo regulamentar. Nos pênaltis, Patrick Brey garantiu mais um título regional para o Bicola.
Foi um teste pra cardíaco, mas o Paysandu conseguiu alcançar o sonhado tricampeonato da Copa Verde. Depois de fazer uma partida com pouca criatividade nos 90 minuitos, o Papão saiu perdendo do Vila Nova-GO, no Serra Dourada, mas conseguiu empatar no último minuto do tempo regulamentar. Nos pênaltis, o Bicola foi mais efetivo que o adversário e venceu o Tigre, em um enredo que nem o torcedor mais otimista poderia imaginar.
Com o resultado, o Papão garante vaga na terceira fase da Copa do Brasil de 2023 e uma bolada para a próxima temporada. Além da premiação pelo titulo do torneio, que renderá aos cofres bicolores R$ 150 mil, o Bicola garante uma cota de R$ 1,9 milhão pela participação torneio nacional.
O Paysandu, agora, volta a campo só na próxima temporada. A primeira partida do Bicola está marcada para o dia 21 de janeiro, contra o Bragantino, em casa, na rodada inaugural do Parazão 2023.
Primeiro tempo
O primeiro tempo da final começou com uma linda festa no Serra Dourada. Com direito a fogos de artifício, bandeirão e sinalizadores, os torcedores do Vila Nova criaram um clima de confiança no estádio. A ideia era empurrar o Tigre em direção ao título regional inédito.
Apesar disso, quem começou melhor a partida foi o Paysandu. Com uma inovação tática, proposta por Márcio Fernandes, o Papão entrou em campo com três zagueiros de ofício. A ideia, segundo o treinador, era neutralizar a bola parada colorada, grande arma do Vila Nova.
Por outro lado, o Tigre veio a campo formado no tradicional 4-3-2-1, com Neto Pessoa, ex-Remo e artilheiro da última Copa Verde, a frente das linhas. O atacante, aliás, saía bastante da área, com propósito de dar opções de passe para os meias. Já na defesa, Alan Aal procurou ter vantagem sobre o rápido ataque bicolor – composto por Robinho e Marlon – com superioridade numérica.
Apesar disso, o Papão começou o jogo melhor. O Bicola tinha mais a bola nos pés e João Vieira e José Aldo davam o ritmo ao ataque da equipe. No entanto, a posse de bola não era traduzida em volume de jogo e o Lobo chegou ao gol poucas vezes de forma efetiva.
Já o Vila tinha como grande estratégia o contra-ataque. A jogada, que parecia ser treinada à exaustão, foi bem executada aos 27 minutos. Neto Pessoa arrancou pela esquerda, chutou cruzado para o gol, Thiago Coelho rebateu e Matheusinho completou para marcar o primeiro da final. Após abrir o placar, o Vila se soltou mais na partida e teve oportunidades até de ampliar o resultado antes do intervalo.
Segundo tempo
No intervalo, o técnico Márcio Fernandes decidiu mudar a estratégia e no segundo tempo o Bicola entrou em campo com a formação usual. O treinador abriu mão dos três zagueiros e encorpou o meio de campo, posição que o Paysandu já tinha bom desempenho. Além disso, para dar mais poder de fogo ao ataque, Márcio lançou mão de Danrlei no comando de ataque.
Apesar das mexidas terem, em tese, fortalecido o poder de criação bicolor, as mudanças parecem ter gerado o efeito inverso. Em relação ao primeiro tempo, o Paysandu passou a ter menos a bola, deixando várias brechas para que o Vila Nova utilizasse as jogadas de velocidade pelas pontas, com objetivo de ampliar o placar.
Em duas oportunidades, inclusive, o Vila quase matou o jogo. Aos 6 minutos, Diego Tavares recebeu na ponta direita de ataque do Tigre e mandou o míssil no travessão de Thiago Coelho. Mais tarde, aos 8, o mesmo Diego Tavares escapou pela direita e cruzou rasteiro para Neto Pessoa, que chegou batendo de primeira, mas mandou rente à trave.
Apesar disso, em uma das reviravoltas do futebol, o Paysandu conseguiu levar o jogo para os pênaltis. Aos 49 do segundo tempo, em cobrança de falta próxima à área, João Vieira cobrou falta no contrapé de Tony e empatou. No último suspiro, o Papão conseguiu levar o jogo para os pênaltis.
Pênaltis
O gol de João Vieira foi como um balde d’água fria na torcida e no elenco do Vila Nova-GO. O forte barulho que vinha das arquibancadas cessou e o clima, que antes era hostil aos paraenses, se tornou favorável ao Papão.
Nos pênaltis, Sousa e Diego Tavares desperdiçaram para o Tigre. Gabriel Davis foi o único a perder uma batida para o Papão, que levou a melhor por 4 a 3 e fez a festa de parte do Pará.
Ficha técnica
Vila Nova x Paysandu
Copa Verde – Jogo de volta da final
Data: 19/11/2022
Horário: 19h
Local: Estádio Serra Dourada
Árbitro: Paulo Henrique Schleich Vollkopf (MS)
Assistentes: Marcos dos Santos Brito (MS) e Marcelo Grando (MS)
Quarto árbitro: Renan Novaes Insabralde (MS)
Gols: Matheuzinho 26/1T (VIL); João Vieira 49/2T (PAY)
Cartões amarelos: Lucas Costa, Danrlei, Gabriel Davis e José Aldo (PAY)
Paysandu: Thiago Coelho; Thiago Ennes (Danrlei), Genílson, Naylhor, Lucas Costa (Gabriel Davis) e Patrick Brey; Mikael (Ricardinho), João Vieira (Dioguinho)e José Aldo; Marlon e Robinho (Batista)
Técnico: Márcio Fernandes.
Vila Nova: Tony; Alex Silva, Rafael Donato, Jordan, Willian Formiga (Jefferson); Ralf e Sousa; Matheuzinho (Wagner), Diogo Tavares e Kaio Nunes (Matheus Souza); Neto Pessoa (Alisson Cassiano).
Técnico: Allan Aal.
Retirado de O Liberal
Paysandu e Vila Nova (Jorge Luís Totti/Paysandu)