Flamengo ultrapassa marca de R$ 1 bilhão em receita com saídas de jogadores desde 2019

Negociação de Lázaro faz clube se aproximar dos R$ 130 mi em 2022. Matemática no período inclui pagamento de Paquetá, vendido na gestão Bandeira, mecanismos de solidariedade e bônus

A cada grande contratação, a pergunta é repetida pelos rivais: “De onde vem o dinheiro do Flamengo?”.

A resposta vai muito além de uma única fonte de renda, mas o fechamento da janela de transferências nos principais países europeus arredondou números impressionantes no orçamento rubro-negro desde 2019 com a venda de jogadores. Se o chamado ano mágico foi o ponto de partida para superinvestimentos que já ultrapassam a casa dos R$ 800 milhões, mais de R$ 1 bilhão entrou no caixa do Flamengo com negociações de seus ativos.

A matemática inclui vendas, mecanismo de solidariedade, bônus estipulados em contrato e até mesmo uma boa parte do valor pago pelo Milan na compra de Lucas Paquetá, que foi realizada na gestão Bandeira, mas entrou no clube no início do mandato de Landim (entenda aqui). O fluxo de caixa simples e direto da compra e venda de jogadores ajuda a esclarecer a pergunta do início do texto sem muita complexidade.

Com a venda de Lázaro ao Almería na reta final da janela, o Flamengo se aproximou dos R$ 130 milhões neste tipo de receita na atual temporada. Cifra expressiva, mas que acaba ficando bem aquém das que giraram perto dos R$ 300 milhões em 2019, 2020 e 2021.

Receitas com vendas e empréstimos

  • 2019 – R$ 308.5 milhões *
  • 2020 – R$ 285.8 milhões
  • 2021 – R$ 271.3 milhões
  • 2022 – R$ 127 milhões
    * A diretoria contabiliza a venda de Lucas Paquetá ao Milan, concretizada ainda na gestão Bandeira

A matemática do departamento financeiro totaliza R$ 991 milhões nesses quatro anos somente com vendas de jogadores e empréstimos, mas o montante ultrapassa o R$ 1 bilhão se somados outros gatilhos. A venda de Lucas Paquetá do Lyon para o West Ham, por exemplo, renderá cerca de R$ 12 milhões pelo mecanismo de solidariedade da Fifa.

Há ainda o exemplo de jogadores como Pablo Marí e Gerson, que tiveram suas vendas impulsionadas por metas individuais e coletivas alcançadas por Arsenal e Olympique de Marselha, respectivamente. Neste período, o Flamengo liberou jogadores ainda com a manutenção de ativos. Só nesta semana, Vitinho manteve 35% dos direitos econômicos vinculados ao clube e Lázaro 30%.

Ao todo, o Flamengo contabiliza a receita gerada através de 29 jogadores. No grupo, Reinier e Gérson são as super vendas com folga (sempre ressaltando que Lucas Paquetá foi negociado na era Bandeira e entra na matemática da gestão atual), mas nomes como Rodrigo Muniz, Michael, Léo Duarte, Cuellar e Yuri Cesar também são vistos como grandes vendas entre R$ 30 mi e R$ 50 mi.

O somatório conta ainda com nomes que passariam batido ao olhar do torcedor como os empréstimos de Richard Rios e Thuler, e a venda do jovem Caio Roque, que sequer chegou a jogar no profissional, para o Grupo City por quase R$ 10 milhões.

O diretor executivo Bruno Spindel falou sobre o equilíbrio nas entradas e saídas, que permitem com que o Flamengo reinvista em contratações e gere ainda mais receita em premiações, bilheteria, crescimento do sócio-torcedor, entre outros:

– O sucesso esportivo da equipe dentro de campo é a base de todo o crescimento do Flamengo nos últimos quatro anos. Neste período, contratamos grandes jogadores, mantivemos os ídolos e conquistamos títulos. Tudo resultado de uma máquina bem azeitada.

A resposta para pergunta “de onde vem o dinheiro do Flamengo?” aponta ainda para receitas como o sócio-torcedor, que se aproximou da marca das 100 mil adesões novamente e gera receita de R$ 8 milhões por mês ao clube. Outro ponto que o departamento financeiro destaca são as premiações com nove títulos e quatro vices no período entre 2019 e 2022.

Números que ajudam a explicar a folha salarial de R$ 19 milhões por mês do elenco atual e o poder de investimento do tamanho das compras de Gabriel (R$ 97 milhões), Arrascaeta (R$ 89,4 milhões), Pedro (R$ 88,2 milhões) e mais recentemente Everton Cebolinha (R$ 73 milhões).

Retirado do Globoesporte.com

Lucas Paquetá no topo do Estádio Olímpico, a casa do West Ham em Londres — Foto: Divulgação/West Ham

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