Depois de nove meses internado, Régis Pitbull ganha emprego e se apresenta firme na eterna luta contra a dependência química.
Iaponan, como é conhecido na Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, assim como o amigo, não foi longe nos estudos. Parou na sexta série.
Régis foi tentar a carreira no futebol no interior do estado e na Bahia, já Iaponan foi trabalhar como ajudante geral numa gráfica.
Régis virou Pitbull como jogador e venceu. Iaponan continuou lutando nos chãos de fábrica até se tornar um empresário bem-sucedido.
A diferença entre os dois, ambos meninos pobres de periferia, é que Régis acabou seduzido pelas más influências, péssimas “amizades” e se deixou levar, quase que de forma fatal, para as drogas. Iaponan, não.
Ele prosseguiu batalhando e tornou-se dono de uma fábrica de copos de papel e dono de três restaurantes na capital paulista.
Os destinos dos dois amigos voltaram a se cruzar no início deste ano, quando Régis deixou pela terceira vez uma clínica para dependentes químicos, em Jaboticabal, para retomar a vida.
“Quando ele teve alta da clínica, pedi para o Mingo, outro amigo, pegar o carro e ir buscar o Régis no interior. Aí comecei a convidá-lo para trabalhar com a gente. Falei: ‘Você tá empregado? Quero que você venha trabalhar de verdade e toca a sua vida normal’. Graças a Deus ele vem cumprindo com o papel dele. Tá registrado. Já estou feliz de ver que ele compra as coisas pra ele, e isso me animou bastante”, disse Iaponan.
Régis pedala com sua bicicleta cerca de 4 km por dia para chegar à fábrica. Deu uma bola fora chegando atrasado no dia seguinte que o Corinthians goleou o Santos por 4 a 0 pela Copa do Brasil. Foram 15 minutos, ele foi penalizado. Voltou pra casa e teve um dia de trabalho descontado pelo patrão, como manda a figurino de toda empresa.
No geral, Régis tem se mostrado firme nessa recuperação, que terá que levar por toda vida. É uma batalha a ser travada diariamente.
A única coisa que deixa Régis contrariado é o episódio de sua terceira internação, de forma involuntária. Ele insiste em afirmar que ele abandonaria o crack sem o auxílio de uma internação, uma saída que se tornou crucial para amigos e familiares do Pitbull.
Retirado o ESPN.com.br
Régis Pitbull e o amigo de infância Marcos Iaponan Nunes, que o empregou numa fábrica de copos Marcelo Gomes/ESPN.com.br