Nos pênaltis, Racing bate o Flamengo e avança às quartas da Libertadores

Com novo 1 a 1 no Maracanã, decisão foi para os pênaltis; Willian Arão – que havia dado sobrevida ao Flamengo nos acréscimos – desperdiçou cobrança diante do time argentino

De forma dramática, o Racing derrubou o atual campeão da América em pleno no Maracanã, nesta terça-feira. Após abrir o placar e sofrer o empate em 1 a 1 nos acréscimos da etapa final, o time argentino venceu por 5 a 3 na disputa por pênaltsi, encerrando o sonho do tricampeonato da Libertadores para o Rubro-Negro e classificando-se para as quartas de final da Copa.

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Após o 1 a 1 na ida em Buenos Aires, o Racing tinha a vaga garantida no tempo normal até os 47 minutos da etapa final, quando Willian Arão empatou o jogo. Sigali abriu o placar após “apagão” do Flamengo, com expulsão de Rodrigo Caio e falha de Gustavo Henrique. Porém, o camisa 5 foi de herói a vilão, perdendo o único pênalti.

Agora, o Racing, de Sebástian Beccacece, aguarda o vencedor de Internacional e Boca Juniors nas quartas de final da Libertadores. O Flamengo, por sua vez, volta todas suas atenções para o Campeonato Brasileiro. Após as quedas no torneio continental e na Copa do Brasil, a pressão é grande no Ninho do Urubu.

O Flamengo se impôs e ocupou o campo de ataque nos primeiros minutos. Assim como no jogo de ida, o time forçou o jogo pelo lado esquerdo, a fim de aproveitar Bruno Henrique nas costas de Fabrício Domínguez. Foi com o atacante, auxiliado por Filipe Luís e Vitinho, que o Rubro-Negro mais tentou.
Além de maior posse de bola, o Fla também finalizou bem mais na primeira etapa: foram 10 contra duas do Racing. As melhores chances foram com Vitinho: na primeira, o atacante driblou o zagueiro e chutou em cima de Arías. Na segunda, aos 45, saiu cara a cara com o goleiro rival, mas chutou para fora.

Foi entre os 15 e 30 minutos que o time de Beccacece esteve mais confortável no Maracanã. Se Lisandro López esteve bem marcado na etapa inicial, coube a Fertoli, autor do gol argentino no El Cilindro, a invadir a área e ser o único a obrigar Diego Alves a trabalhar na etapa inicial, defendendo finalização rasteira.

O cenário seguiu o mesmo na volta do intervalo. Apesar do empate sem gols não servir ao Racing, o time argentino não mudou a postura e, até os 15 minutos, não havia finalizado contra a meta de Diego Alves. Questionada pelo desempenho em 2020, a defesa do Flamengo mostrava segurança, apoiada no retorno de Rodrigo Caio. Contudo, em dois minutos, tudo foi por água abaixo.

Em lance similar a do primeiro tempo, Rodrigo Caio fez falta dura no meio de campo, em Lisandro López, e recebeu o segundo cartão amarelo aos 18. A expulsão tirou o Flamengo do jogo. Na falta cobrada, Gustavo Henrique errou e Sigali abriu o placar: 1 a 0 aos 20. Eram dois do atletas Racing na jogada do gol.

Recuando Willian Arão, Rogério Ceni respondeu com as entradas de João Gomes e Pedro nos lugares de Arrascaeta e Pedro. Se o Flamengo demorou para voltar ao jogo, o Racing logo começou a valorizar o tempo e, por vezes, abusar das faltas. Jogando contra o relógio, o Rubro-Negro só criou perigo a partir dos 35, em jogadas aéreas que Arias, com boas defesas, evitou os gols.

A última cartada de Rogério Ceni foi Diego Ribas, entrando no lugar de Gustavo Henrique. Bastava um gol para o Flamengo forçar a decisão por pênaltis, e ele veio aos 47, de tanto o Rubro-Negro insistir na jogada aérea, como pedia – aos berros – o treinador na área técnica. A cobrança do escanteio foi do camisa 10, e a cabeçada perfeita, sem chances para Arias, foi do volante Willian Arão.

ARIAS TRANSFORMA ARÃO EM VILÃO

Se não bastasse os contornos dramáticos de uma disputa de pênaltis, a bola do jogo ficou nos pés do próprio Willian Arão. E o camisa 5 passou de herói a vilão ao desperdiçar a única cobrança. Os cinco cobradores do Racing (Lisandro López, Rojas, Sigali, Alcaraz e Fabrício Domínguez) converteram. O volante, o quarto do Flamengo a cobrar, parou em Arias, que garantiu a festa argentina.

Antes, Filipe Luís, Gerson e Pedro haviam cobrado e feito as penalidades.

FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 1(5) X 1(3) RACING (ARG)


Estádio: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Data e hora: 1º de dezembro de 2020, às 21h30
Árbitro: Roberto Tobar (CHI)
Assistentes: Christian Schiemann e Claudio Urrutia (CHI)
Árbitro de vídeo: Julio Bascuñán (CHI)

Gols: Sigali (0-1, 20’/2ºT) e Willian Arão (47’/2ºT)

Cartão amarelo: Rodrigo Caio e Filipe Luís (FLA); Mena e Fabrício Domínguez (RAC).
Cartão vermelho: Rodrigo Caio (FLA).

FLAMENGO (Técnico: Rogério Ceni)

Diego Alves; Isla, Rodrigo Caio, Gustavo Henrique (Diego, 43’/2ºT) e Filipe Luís; Willian Arão, Gerson, Everton Ribeiro (Pedro, 25’/2ºT) e Arrascaeta (João Gomes, 19’/2ºT); Bruno Henrique e Vitinho.

RACING (Técnico: Sebástian Beccacece)

Arias; Fabrício Dominguez, Sigali, Nery Dominguez (Órban, 27’/2ºT), Soto e Mena; Reniero (Alcaraz, 41’/1ºT), Miranda, Rojas e Fértoli (Montoya, 8’/2ºT); Lisandro López.

Lancenet

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