Há lugares que nasceram para presenciar a história. Tempos sagrados que chamam os grandes feitos. O Estádio Centenário, em Montevidéu, é um lugar assim. Patrimônio do futebol mundial, o palco presenciou mais um grande momento nesta quinta-feira. E para sorte dos brasileiros, azar dos uruguaios, a obra foi pintada de verde e amarelo. Com autoridade, O Brasil venceu a Celeste por 4 a 1 e torno-se a primeira seleção a vencer sete jogos consecutivos na mesma Eliminatórias Sul-Americana.
O volante Paulinho está na história da Seleção Brasileira. Os três gols marcados contra o Uruguai na noite desta quinta-feira, na goleada de 4 a 1 sobre a Celeste em Montevidéu, o alçou ao posto de jogador da posição com mais gols com a Amarelinha em toda a história: nove, em 38 partidas.
O resultado mais do que encaminha a classificação da Seleção para a Copa do Mundo de 2018 na Rússia. Nas contas de Tite, o Brasil, com 30 pontos, já está lá. Graças à genialidade de Neymar, autor de um golaço em nova grande jornada, e, sobretudo, do oportunismo impressionante do volante Paulinho. Em uma atuação de gala, ele marcou incríveis três gols e tornou-se o volante com mais gols pela Seleção na história: nove.
Uma noite memorável para Paulinho, para o o Brasil, mas não foi necessariamente fácil. A pressão do abarrotado Centenário cresceu quando logo aos oito minutos Marcelo recuou mal uma bola de peito para Alisson. O esperto e excelente Cavani chegou antes e sofreu pênalti do goleiro brasileiro. Ele mesmo cobrou e abriu o placar.
No entanto, a organizada equipe de Tite – oito jogos e oito vitórias na Seleção – não se abalou. Com muito mais posse de bola em praticamente toda partida, o Brasil se impôs e foi abrindo espaço entre os uruguaios, principalmente em cima do lento zagueiro Coates.
O primeiro gol de Paulinho foi uma bomba de fora da área, ao melhor estilo dele, que já havia derrubado o Uruguai na semifinal da Copa das Confederações de 2013. O segundo e o terceiro, quarto do Brasil já no fim do jogo, foi chegando com a força característica dentro da área. Efetividade.
Houve ainda espaço para Neymar deixar sua marca de craque, ora pois. Antes do quarto gol, a vitória na corrida sobre o pobre Coates foi complementada com um toque por cima do goleiro. Brilhante. O terceiro gol do Brasil em Montevidéu foi o de número 51 do atacante pelo Brasil.
Palco da primeira final de Copa do Mundo em 1930, o Centenário viu o Brasil praticamente se garantir como a única seleção que nunca ficou fora de Mundial. A história novamente foi escrita. Sorte de Tite. Sorte de Paulinho. Sorte de Neymar. Sorte do Brasil.
FICHA TÉCNICA
URUGUAI 1 X 4 BRASIL
Local: Estadio Centenário, Montevidéu (URU)
Data-Hora: 23/3/2017 – 20h
Árbitro: Patricio Lousteau (ARG)
Auxiliares: Diego Bonfa (ARG) e Gustavo Rossi (ARG)
Público/renda: Não disponíveis
Cartões amarelos: Maxi Pereira, Coates e Godín (URU), Marcelo, Daniel Alves e Casemiro (BRA)
Cartões vermelhos: –
Gols: Cavani (9’/1ºT) (1-0), Paulinho (18’/1ºT), Paulinho (6’/2ºT) (1-2), Neymar (29’/2ºT) (1-3), Paulinho (47’/2ºT) (1-4)
URUGUAI: Martín Silva; Maxi Pereira, Coates, Godín e Gastón Silva; Arévalo Ríos, Vecino, Carlos Sánchez (Abel Hernández, aos 31’/2ºT) e Cristian Rodríguez; Diego Rolán (Stuani, aos 12’/2ºT) e Edison Cavani. Técnico: Óscar Tabárez.
BRASIL: Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Casemiro; Philippe Coutinho (Willian, aos 40’/2ºT), Paulinho, Renato Augusto (Fernandinho, aos 36’/2ºT) e Neymar; Roberto Firmino (Diego Souza, aos 43’/2ºT). Técnico: Tite.
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